Em maio de 2020, dois meses depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificar a covid-19 como pandemia, a empregada doméstica Marilza Gomes dos Santos foi dispensada da casa onde trabalhava, em Brasília. Sua empregadora tinha lúpus – e, portanto, era do grupo de risco. Depois de dois anos à procura de emprego, há um mês, ela conseguiu voltar para o mercado de trabalho como doméstica.
O crescimento do número de trabalhadores domésticos revela uma fragilidade estrutural do emprego no Brasil. Eles costumam estar na informalidade, o que muitas vezes impede um ganho fixo mensal. São 4,37 milhões de brasileiros nessa situação, segundo mapeamento do Instituto Doméstica Legal, quase 75% da categoria (que soma 5,85 milhões de pessoas).