Cerca de 30 mil empregadas domésticas e diaristas foram demitidas entre março e julho deste ano, segundo o Instituto Doméstica Legal. Uma das que perdeu o emprego formal foi Graziele Gonçalves, 32. Ela é integrante do grupo de risco da covid-19: é asmática. Como os antigos patrões eram diabéticos, e diante do risco de contaminação, decidiram dispensar Graziele ao invés de mantê-la trabalhando, em abril. “Me abalou demais, fiquei desesperada, não queria ter saído”.
De acordo com um estudo da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), havia 70 mil pessoas trabalhando como empregadas domésticas, em setembro.
A diretora do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos do DF, Samara Nunes, ressalva que no Distrito Federal a realidade é de violação de direitos trabalhistas para a categoria. “Se antes não respeitavam, agora que está um desrespeito total”, protesta.
No início da pandemia, em março, o Ministério Público do Trabalho (MPT) editou uma nota técnica em que orienta as relações entre empregadores e empregadas domésticas neste período: a garantia de que essas trabalhadoras fossem dispensadas do trabalho e que a remuneração fosse assegurada durante o isolamento. Outro ponto era o fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) pelos empregadores, quando a dispensa não fosse viável, como é o caso de cuidadores de idosos, por exemplo.