Embora a edição das Medidas Provisórias (MPs) 1.045 e 1.046 — que flexibilizam as relações trabalhistas por 120 dias — tenha agradado à boa parte do empresariado, empregadores acreditam que a adesão aos dispositivos de suspensão de contratos e redução de jornadas e salários será menor do que no ano passado. Para eles, as medidas demoraram muito e chegaram atrasadas.
A expectativa já começou a se traduzir em números. O volume de acordos assinados entre trabalhadores e empresas, na primeira semana de publicação em 2021, foi metade do que o registrado no mesmo período do ano passado. Em 2021, na primeira semana de publicação das MPs, foram celebrados 506.834 acordos. Sendo 46% de suspensão de contrato, 29% de redução de jornada e salário de 70%, 17% de redução de 50% e 6% de redução de 25%.
No emprego doméstico, cerca de 1,5 milhão de trabalhadores foram dispensados, na pandemia, segundo o IBGE. E o recrudescimento dos casos e mortes de Covid-19 acelerou ainda mais as demissões:
— Pelo menos um quarto da categoria utilizou as medidas. Mas a pandemia continuou, e este ano temos mais demissões do que em 2020 — lamenta Mario Avelino, presidente do Instituto Doméstica Legal.